Desempenho da indústria e da agropecuária puxaram o resultado, que ficou acima das expectativas do mercado. Perspectiva da XP é de crescimento de 2,3% para o PIB em 2025
O IBC-Br, Índice de Atividade Econômica desenvolvido pelo Banco Central, registrou alta de 0,8% em março, fechando o primeiro trimestre com um acumulado de 1,3%, resultado próximo da expectativa de crescimento traçada pela XP para o período (1,6%), em relação ao 4º trimestre do ano ado.
“Pelo lado da oferta, destacamos o salto na Agropecuária, explicado em grande medida pela safra recorde da soja. Excluindo a contribuição deste componente, calculamos que o PIB cresceria 1,0%. Os demais setores apresentaram moderação nos últimos meses (conforme esperado), principalmente a indústria de transformação e o comércio varejista. Pelo lado da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo continua em rota de expansão. A nosso ver, a resiliência da construção civil e o aumento dos investimentos públicos (sobretudo de governos subnacionais) têm papel importante nessa dinâmica”, apontou o economista da XP, Rodolfo Margato.
Segundo a projeção da instituição, a Agropecuária deve adicionar 0,5 ponto percentual à variação do PIB total este ano, puxada pela safra recorde de grãos. “Esses fatores, combinados à solidez do mercado de trabalho, sustentam o cenário de desaceleração da atividade nos próximos trimestres. Porém de forma mais gradual do que o atualmente indicado pela mediana das projeções de mercado. Assim, prevemos que o PIB crescerá 2,3% em 2025”, afirma o especialista.
PIB de Minas Gerais: Agro deve ser um dos amortecedores regionais
A expectativa é que Minas Gerais continue contribuindo positivamente para o crescimento do PIB brasileiro em 2025 – no ano ado, o estado totalizou R$ 1,06 trilhão, ou seja, 9% do produto agregado nacional. Os setores agropecuário e da indústria extrativa devem impulsionar o desempenho das atividades econômicas em Minas ao longo do ano. “Para o sudeste e, especificamente, para Minas Gerais é um bom ano, com o agronegócio performando bem, a indústria com desempenho equilibrado, mesmo diante dos desafios impostos pelo comércio global, que, ao nosso ver, terão efeitos limitados na siderurgia e na mineração, e crescimento em outras cadeias industriais e no setor de serviços”, aponta Rodolfo Margato.
Em 2024, o agronegócio contribuiu com cerca de 23,2% para o PIB nacional, representando um crescimento de 1,81% em relação a 2023. O setor em Minas Gerais bateu recorde histórico de exportações, atingindo US$ 17,1 bilhões, crescimento de 19,2% em relação ao ano anterior. “O complexo cafeeiro liderou as exportações de Minas Gerais com 43,7% do total e teve um ganho de rentabilidade considerável, um sinal positivo que ainda deve ser observado neste ano”, revela o especialista.
O economista aponta ainda que há uma tendência de inversão do ciclo da pecuária e perspectiva positiva para laticínios, grãos, soja e milho, que têm uma contribuição relevante para o desempenho do agro mineiro. “Vão ser safras abundantes. A rentabilidade média deve ser menor quando comparada ao período da pandemia, entre 2021 e 2022, mas a quantidade produzida deve subir de forma considerável.
Observamos ganho de produtividade, de área plantada e colhida. O consumo arrefece, mas segue em território positivo”, explica.
Reflexos no mercado financeiro
O desempenho do PIB reflete o cenário econômico de um país e influencia as expectativas de crescimento, rentabilidade e sustentabilidade nas esferas públicas e privadas. Quem investe em produtos financeiros precisa estar atento aos movimentos e previsões do indicador para definir as melhores estratégias e tomada de decisões, já que o PIB impacta na Taxa de Juros e na inflação – variáveis econômicas que interferem nos investimentos.
“Todo investidor deve se atentar a fatores macroeconômicos para tomar decisões de investimentos mais conscientes. Sob o cenário de crescimento da economia, as empresas têm perspectiva de maior rentabilidade, o que aumenta o valor das ações e torna o mercado de renda variável mais atrativo. Já em perspectivas de declínio ou crescimento baixo, os investidores adotam uma postura mais cautelosa e tendem a buscar ativos mais seguros, de renda fixa”, explica a economista e líder da XP em Minas Gerais, Cecília Perini.
A especialista em investimentos reforça a importância da diversificação para proteger o patrimônio em diferentes cenários. “A diversificação é sempre o melhor caminho. É importante observar o cenário global e buscar diferentes produtos, que estejam alinhados ao seu perfil de investidor, para garantir uma rentabilidade satisfatória no médio e longo prazo. A XP oferece esse e de orientação aos seus clientes, por meio de conteúdos desenvolvidos por especialistas e divulgados em nossos canais oficiais, e também no relacionamento direto do direto dos clientes com os assessores”, afirma Cecília.